segunda-feira, 20 de agosto de 2018

COMUNIDADE DO VINTE E UM: HISTÓRIA

Sexta publicação da série "A História Local e o Meu Lugar na História" traz a história da comunidade do Vinte e Um. Pesquisa desenvolvida Rafaela Lopes Rocha e Júlio Rodrigues da Rocha, estudantes do terceiro ano do ensino médio da Escola Municipal Marcílio Teixeira.



Rafaela Lopes Rocha
Júlio Rodrigues da Rocha


A comunidade do Vinte e Um está situada na região do Salgado, Manoel Vitorino, Bahia. Segundo alguns relatos, os primeiros habitantes foram Jovina Cascais e Henrique Cascais, estes vieram morar na região no início do século XX. 
Há duas versões sobre a origem do nome Vinte e Um, todas relacionadas ao riacho que atravessa a comunidade. A primeira versão diz que o nome é por conta de o riacho ter vinte e uma voltas (curvas) no perímetro que compreende a comunidade. A segunda versão relaciona a origem do nome Vinte e Uma, número de pedras que eram usadas para ajudar os moradores a atravessar o riacho que ficava alagado no período de chuvas.  

Imagem 1: Cartografia representando a comunidade do 21, Manoel Vitorino, Bahia.
Foto: arquivo do estágio/Rafaela Rocha e Julio Rocha, 2018.

A comunidade tem várias atividades culturais, destacamos aqui a festa do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da comunidade, comemorado todos os anos no mês de junho. Também no mês de junho tem as tradicionais festas juninas, com muita fogueira e a quadrilha. A festa de Santo Reis, onde os foliões conhecidos como reizeiros que saem de casa em casa cantando e mantendo a tradição durante os primeiros seis dias do mês de janeiro. Além destas destacamos as cavalgadas de final de ano, todas essas atividades culturais vão passando de geração a geração e se transformando em tradição.
Por outro lado, na comunidade também vem se perdendo várias atividades culturais, como por exemplo, os forrós que os moradores faziam nas casas, conhecidas também conhecido como bailes, tinha as cantigas de roda, atualmente as crianças não brincam mais. Não tem mais as rezas a “Cosme e Damião”.
Nesse percurso, vários acontecimentos marcaram a história da comunidade, em conversa com moradores eles relataram que aproximadamente vinte e cinco anos atrás um eclipse solar deixou o céu todo escuro, os moradores ficaram com medo do mundo acabar. Há trinta e cinco anos aconteceu uma tempestade com ventos fortes, onde arvores caíram, cercas quebraram etc.
A associação de moradores também foi um marco importante, com ela a comunidade teve acesso a projetos como cisternas, poço artesiano. Mais recentemente a comunidade foi contemplada com um projeto de extrativismo do coco licuri, palmeira comum na comunidade, nesse projeto as amêndoas do coco, anteriormente sem uso, serão aproveitadas para extrair o óleo, fazer cocadas, ração animal etc., aumentando assim a renda das famílias envolvidas. A associação, nesse sentido, proporcionou que a comunidade tivesse mais autonomia, conhecimento e formado parcerias com instituições que vem contribuído para o desenvolvimento de todas pessoas envolvidas, principalmente os pequenos agricultores.
Nesse período histórico a comunidade teve várias conquistas como podemos destacar a energia elétrica no ano de 2006. Mais recentemente o acesso a internet que proporcionou aos moradores o acesso a um mundo de informação e facilitou a comunicação com pessoas de fora da comunidade. Outra conquista que ajudou a comunidade foi operação carro pipa que coloca água para todos.



As histórias apresentadas nesta série fazem parte das atividades de pesquisas desenvolvida pelos estudantes do terceiro ano do ensino médio da Escola Municipal Marcílio Teixeira, turma 2018, promovido por estudantes da Licenciatura em Educação do Campo através do  estágio intitulado de “A História Local e o Meu Lugar na História”, que teve por intencionalidade unir os conhecimentos elaborados na educação formal e não formal através das pesquisas sobre a história local, da comunidade de cada estudante, buscando estimular a curiosidade, abordando de forma interdisciplinar temas como formação territorial, cartografia e história local.


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