Relato de experiência na Escola Municipal Marcílio Teixeira, no povoado
Salgado, no município de Manoel Vitorino, Bahia.
A Escola Municipal Marcílio
Teixeira é uma instituição que recebe em sua grande maioria filhos de
agricultores, localizada na Comunidade do Salgado, na zona rural do município
de Manoel Vitorino, à 26 (vinte e seis) km de distância da sede do referido
município, do Território de Identidade Médio Rio das Contas. Os
sujeitos da pesquisa foram os professores municipais, ou seja, 04 (quatro)
docentes e 01 diretores da escola. O período de realização da pesquisa em campo
aconteceu entre os dias 03 de julho e 23 de agosto do ano em curso. A escola
disponibilizou os seguintes documentos: Projeto Político Pedagógico-PPP, planos
de curso, matriz curricular, livros didáticos, bem como permitiu o registro
fotográfico durante a observação direta.
Em suma este relato de
experiência foi importante para termos uma maior aproximação com a escola. Os
objetivos deste trabalho foram compreender os vários níveis de organização e
gestão da escola, portanto, esta pesquisa além da escola também abrange a
comunidade e formação cultural dos sujeitos.
Foto 1: Área externa da Escola Municipal Marcilio Teixeira.
Foto: Maria Rogaciana
CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
O município de Manoel
Vitorino
O município de Manoel
Vitorino, localizado no Sudoeste do Estado da Bahia, Território de Identidade
Médio Rio das Contas, conforme sinalizado anteriormente, a cidade tem sua
origem ligada a um ponto de parada dos tropeiros que transportavam mercadorias
no século XIX, no sentido Norte<>Sul, para Jequié, Boa Nova, Maracás etc.
Entre os anos de 1815 a 1820, dois sertanejos vindos de outras regiões, Manoel
Roque e sua companheira de jornada Maria procuravam um lugar para morar em meio
a caatinga do nosso sertão, e resolveram acampar próximos a uma Cachoeira
conhecida como pancada, construindo ali o seu rancho em meio à abundante
vegetação seca e despida de folhagens. Manoel Roque e a sua esposa passou a
morar definitivamente nesta região, a partir de então formou-se o povoado de
Cachoeira de Manoel Roque, contudo com a chegada de novas famílias o pequeno
povoado foi elevado à categoria de vila, passando a se chamar Imbuíra que significa Imbu doce na
língua Tupi Guarani. Entre o final do século XIX e início do século XX, o
comércio se desenvolveu. Em 1942, iniciou-se a construção da BR116, o que muito
contribuiu para o desenvolvimento da vila, que no dia 30 de julho 1962 a então
vila foi desmembrada do município de Boa Nova – BA e elevada à condição de
município alterando a denominação de Imbuíra
para Manoel Vitorino, homenagem ao grande homem público Dr. Manoel Vitorino
Pereira, que foi vice-presidente da República no mandato de Prudente de Morais,
e Presidente da República (interino) por quase quatro meses e também exerceu o
cargo de Governador da Bahia nos anos de 1989/1890. Hoje o município tem um
distrito, e um subdistrito que é o Salgado, que será palco desta pesquisa.
Comunidade do Salgado
A comunidade do Salgado teve
origem por volta dos anos 1930 ligada a atividades pecuárias, mais exatamente
na figura de dois vaqueiros o senhor Gervino Correia e Marcilio Teixeira que
compraram as terras do coronel Pedro Afonso que detinha grande parte das terras
da região e passaram a morar no lugar. Na década de 1980 Marcilio Teixeira que possuía
um pequeno comércio e detinha certa influência política nesta época, conseguiu
junto com outros moradores influenciar a prefeitura a criar uma escola, junto
com a escola também foi criada uma pequena feira livre onde mascates, agricultores
e negociantes da época iam comercializar e vender suas mercadorias. Com a
construção do espaço da feira o local passou a ser requisitado e o número de
moradores aumentou, posteriormente o povoado passou a ser um núcleo comercial e
educacional entre as comunidades vizinhas.
A comunidade do Salgado tem
grande diversidade na sua formação cultural e nas condições socioeconômicas, há
pardos, negros, brancos e a cultura assim como a sua formação étnica é
diversificada, há movimentos ligados a cultura negra como os candomblés,
carurus etc. ligados à cultura sertaneja, as rezas de ladainhas, adjutório,
cantoria de reis, etc. Toda a população do Salgado e das comunidades vizinhas
tem uma relação intrínseca com o campo e a agricultura, isso reflete também nos
alunos da Escola Municipal Marcilio Teixeira.
A Escola Municipal
Marcílio Teixeira.
A Escola Municipal Marcilio
Teixeira foi criada no ano de 1982 e é uma escola pública da rede municipal, está
situada no distrito do Salgado a 26 Km a sudoeste da sede do município de
Manoel Vitorino-BA. A instituição traz esse nome em homenagem a Marcilio
Teixeira um dos fundadores do povoado e que teve grande influência na fundação
da escola, que durante um grande período funcionava em um cômodo da sua própria
casa que fora cedido por ele.
Nos anos 90, construíram uma pequena escola com
um único pavimento com 04 (quatro) salas de aula, esta foi uma conquista para
os moradores da comunidade do Salgado que a partir de então serviu de base
educacional local. No primeiro momento, a escola ofertava só até a 4ª série
(Séries iniciais – Ensino Fundamental). A partir de 2001, após ampliação e
reformas, expandiu-se o nível de ensino até a 8ª serie. Mais recentemente, no
ano de 2005, a escola teve uma grande reforma, construíram várias outras salas
sobre um segundo pavimento que fora construído e a partir de então passou a
oferecer também o ensino médio, assim também se tornou um núcleo educacional
entre as comunidades vizinhas.
Atualmente a escola oferece
os níveis de ensino de 6º ano ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano ao 3º
ano do Ensino Médio - na modalidade Formação Geral. Abaixo o quadro traz os
dados da organização da escolaridade quanto a oferta e turno de funcionamento.
QUADRO 1- Organização da
escolaridade quanto à oferta e turno de funcionamento.
ENSINO FUNDAMENTAL
(ANOS FINAIS)
|
ENSINO MÉDIO
|
6º
ANO – MATUTINO
|
1º ANO A – MATUTINO
|
7º
ANO A – MATUTINO
|
2º ANO A – MATUTINO
|
7ª
SÉRIE A – MATUTINO
|
1º ANO B – VESPERTINO
|
8ª
SÉRIE A – MATUTINO
|
2º ANO B – VESPERTINO
|
6º
ANO B – VESPERTINO
|
3º ANO B – VESPERTINO
|
7º
ANO B – VESPERTINO
|
|
7ª
SÉRIE B – VESPERTINO
|
|
8ª
SÉRIE A – VESPERTINO
|
|
|
|
Fonte: Dados obtidos na secretaria
da Escola Municipal Marcilio Teixeira, 2016.
O público atendido pela
escola é da zona rural, a maioria vem de regiões localizadas em um raio de aproximadamente
16 Km da instituição, o deslocamento dos alunos até a escola é feito por ônibus,
de algumas comunidades leva até 30 minutos para chegar a escola, situação que
agrava nos períodos chuvosos, onde muitas vezes as estradas ficam
intransitáveis. Outros eventos que provocam “evasão temporária” além do período
chuvoso, e que os estudantes ajudam os pais na plantação e colheita e o período
de sequeiro onde muitos ajudam na alimentação dos animais da propriedade,
entretanto a escola não oferece uma flexibilização ou adaptação dos períodos
letivos para dar condições a estes alunos a continuarem estudando.
No que tange ao quadro de
profissionais a escola tem: 01 diretora, 01 vice-diretor, 01 coordenador
pedagógico, 01 secretário escolar, 02 porteiros, 06 serventes e 21 professores.
Os professores são licenciados em Matemática, Química, Biologia, Letras, Língua
estrangeira (Inglês), História, Pedagogia e Geografia com vínculo empregatício
efetivo na rede municipal de educação. A maioria dos professores moram na sede
do município acerca de 24 km de distância e alguns que residem em Jequié. O
município não oferece residência para esses professores ficando assim sob
responsabilidade das mesmas pela sua residência, transporte e alimentação. O
Gráfico abaixo destaca a qualificação do corpo docente da escola, a nível de
graduação.
Gráfico 1 - professores
e sua área de formação, Escola Municipal Marcílio Teixeira, 2016.
Fonte: Dados obtidos na secretaria da Escola
Municipal Marcilio Teixeira, 2016.
Do ponto de vista quantitativo de alunos os dados do censo escolar de
2015 apontam que a escola estava com 536 alunos matriculados, atualmente a
escola está com 292 alunos ativos. A principal razão para a redução de alunos,
segundo informação da direção e o grande número de evasão, influenciados
principalmente pela migração dos jovens da localidade para os grandes centros
em busca de trabalho ou com os pais nas atividades agrícolas da família, ainda outro
fato que influenciou a redução do número de alunos foi o fim da Educação de
Jovens e Adultos (EJA) que era oferecido na escola até o ano de 2015.
Quadro 2 - Números de
matrícula na EMMT em 2015.
Ensino Fundamental (Anos finais)
|
281
|
Ensino Médio
|
143
|
Educação de Jovens e Adultos (Ensino Médio)
|
112
|
|
TOTAL
|
536
|
|
|
|
Quadro 3 – Quantidade
de alunos matriculados por séries 2016.
Matriculas
EF (Anos finais)
|
Matriculas
EM
|
Série
|
Quantidade
|
Série
|
Quantidade
|
6º ano
|
49
|
1º ano
|
80
|
7º ano
|
80
|
2º ano
|
42
|
8º ano
|
76
|
3º ano
|
21
|
9º ano
|
76
|
|
|
|
TOTAL
|
281
|
TOTAL
|
143
|
|
|
|
|
|
Considerando esses números e fazendo um contraponto com o grande número
de evasão e diminuição de alunos, percebe-se a necessidade de discutir com mais
afinco esta questão na sala de aula e com a comunidade e buscar novas
metodologias para conscientizar os estudantes sobre a importância da educação.
Estrutura física da escola
No que se refere a estrutura física a escola está dividida em dois
andares com nove salas de aula (veja Foto
1), oito
tem aproximadamente 36 m² e uma sala menor de aproximadamente 24 m², possui uma
quadra poliesportiva em perfeitas condições de uso, por outro lado a sala de
coordenação pedagógica é adaptada, área para recreio é a mesma utilizada por
feirantes localizada na área externa da escola, detalhes no Quadro 1.
Quadro 4- Infraestrutura
física da escola e condições de funcionamento.
Dependências
|
Quantidade
|
Condições de
uso
|
Observação
|
Diretoria
|
01
|
Em uso
|
Ótimo estado
de funcionamento
|
Secretária
|
01
|
Em uso
|
Funciona na
mesma sala da diretoria
|
Sala de
professores
|
01
|
Em uso
|
Espaço
pequeno
|
Sala de coordenação pedagógica
|
01
|
Em uso
|
Espaço
adaptado
|
Sala de
orientação educacional
|
Não possui
|
-------
|
----------------
|
Sala de
leitura ou biblioteca
|
01
|
Precário
|
----------------
|
Sala de TV e
vídeo
|
Não possui
|
-------
|
----------------
|
Sala de
informática
|
Não possui
|
-------
|
----------------
|
Sala de
ciências/laboratório
|
Não possui
|
-------
|
----------------
|
Auditório
|
Não possui
|
-------
|
----------------
|
Salas de
aula
|
08
|
Em uso
|
Em bom estado
|
Almoxarifado
|
Não possui
|
|
-----------------
|
Depósito de material de limpeza
|
01
|
Em uso
|
-----------------
|
Despensa
|
01
|
Em uso
|
-----------------
|
Refeitório
|
Não possui
|
|
|
Área para recreio coberto
|
01
|
Precário
|
Área utilizada por feirantes
|
Área para recreio ar livre
|
01
|
Precário
|
Praça do Povoado
|
Quadra de esportes descobertas
|
01
|
Em uso
|
Bom estado
|
Quadra de esporte coberta
|
Não possui
|
---------------
|
-------------------
|
Área de circulação interna
|
01
|
Em uso
|
Espaço pequeno: corredores.
|
A escola tem muros?
|
Não
|
-------------
|
-----------------
|
Cozinha
|
01
|
Em uso
|
Espaço pequeno
|
Área de serviço
|
01
|
Em uso
|
Espaço pequeno
|
Sanitário para funcionários
|
01
|
Em uso
|
Bo estado
|
Sanitário para alunos
|
04
|
Em uso: masculino e feminino
|
02 deles em mau funcionamento
|
Vestiário dos alunos
|
Não possui
|
----------
|
-------------
|
Fonte: Dados obtidos na secretaria da Escola Municipal
Marcilio Teixeira, 2016.
Sobre a estrutura e acessibilidade
aos pavilhões, o andar térreo tem uma boa acessibilidade as salas de aula,
entretanto nos demais compartimentos não é adaptado principalmente para as
pessoas portadoras de deficiência motora. O andar superior não tem rampa, nem
elevador de acesso, tornando assim quase inacessível para cadeirantes, também
não há nenhuma sinalização que auxilie deficientes visuais para locomoção no interior da escola. Vale
ressaltar que a lei 10,098, de 19 de dezembro de 2000, estabelece normas gerais
e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiências ou com mobilidade reduzida. No capítulo IV, artigo 11 e 12,
ressaltando que o artigo 12 fala que:
Os locais de espetáculos, conferências, aulas e outros de natureza
similar deverão dispor de espaços reservados para pessoas que utilizam cadeira
de rodas, e de lugares específicos para pessoas com deficiência auditiva e
visual, inclusive acompanhante, de acordo com a ABNT, de modo a facilitar-lhes
as condições de acesso, circulação e comunicação (BRASIL).
Diante disso pode-se
confirmar que embora exista legislação que trate dos aspectos técnicos de
implantação de acesso em ambientes públicos escolares, os usuários com qualquer
deficiência, muitas vezes enfrenta dificuldades para fazerem usos desses
espaços.
No que se refere à demanda
de salas de aula a quantidade é suficiente para o número de alunos matriculados
na escola, estas são bem iluminadas, arejadas, bonitas, espaçosas, a maioria
permite a organização do mobiliário de acordo com o desenvolvimento dos trabalhos
e atividades em grupo.
Quadro 5: Materiais didáticos, mobília e equipamentos
eletrônicos da escola.
Objetos
|
Condições de uso
|
Livros
|
Todos os alunos possuem em quantidade suficiente
|
Brinquedos
|
Destinado
às atividades dos alunos das séries iniciais
|
Mapas
|
Sim
|
Globo terrestre
|
01 (um)
|
TV
|
01 (uma TV Pendrive somente).
|
Aparelho de DVD
|
Não
possui.
|
Aparelho de som
|
01 (um) danificado
|
Datashow (Projetor)
|
01 (um).
|
Retroprojetor
|
Não possui
|
Mimeógrafo
|
Não
possui
|
Armários
|
05 (cinco)
|
Piso
|
Cerâmica
|
Pintura
|
Sim
|
Ventilação
|
Sim
|
Decoração
|
Não
|
Condicionador de ar
|
02 (dois)
|
Carteiras
|
255 (duzentos e cinquenta e cinco)
|
Mesas
|
09 (nove)
|
Cadeiras
de professor
|
09 (nove)
|
Quadro branco
|
09 (nove)
|
Computadores
|
03 (três)
|
Fonte: Dados obtidos na secretaria da Escola Municipal
Marcilio Teixeira, 2016.
A escola é conectada à internet, disponível na
sala da Direção e Secretaria, entretanto, é lenta e só é disponibilizada aos
alunos como fonte de pesquisa, mas não acessível fora dos espaços indicados.
No que se
refere ao ambiente escolar observou-se que a escola possui várias lixeiras espalhadas nas
áreas internas, salas de aula, pátio e corredores. Notamos também que a
escola possui um
pequeno jardim com plantas e flores na área externa, entretanto o espaço é
reduzido. A escola não possui espaço para atividades agrícolas, pois não existe pátio e não há
condições para instalações de canteiros, hortas etc.
Em suma a escola tem uma
infraestrutura que oferece condições para o desenvolvimento das atividades
pedagógicas e esportivas, contudo precisa melhorar na acessibilidade, acesso à
internet e ter uma sala especifica para biblioteca e que proporcione condições
apropriadas para leitura.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO
O Projeto Político
Pedagógico- PPP parte da concepção de planejamento participativo, constituindo-se
em instrumento de intervenção na realidade escolar, sobretudo porque visa
proporcionar a organização do trabalho pedagógico; a utilização dos tempos e
espaços escolares; identificar e valorizar, ideais e anseios; e ao mesmo tempo
desenha as diretrizes gerais da política escola (BAHIA, 2014), sendo assim o
PPP é uma ferramenta importante. No que diz respeito ao PPP da Escola Municipal
Marcílio Teixeira, observamos que o mesmo está no processo de construção e,
sinaliza que proporcionará uma autonomia a comunidade escolar para que possa
refletir, definir e construir coletivamente os pilares de sua trajetória
histórico-social.
Dito isso, a Educação do Campo, através da dinâmica
dos movimentos sociais, busca a emancipação dos sujeitos do campo e a
construção de uma educação feita a partir dos próprios sujeitos do campo e
teorias que deem sustentabilidade para esse projeto. Portanto, rompe com os
métodos convencionais e homogêneos de currículo, avaliação e até das relações
étnico raciais, enfim sua proposta é voltada para os sujeitos do campo
respeitando as suas especificidades. Nesta perspectiva, partindo-se de uma
concepção de educação do campo o PPP que se constitui como:
“Ponto de partida para a implementação de
ações que renovem as expectativas de avanço e possível transformação da
realidade educacional do campo é pensar numa escola que respeite os desafios
culturais e as realidades de todos os sujeitos que fazem parte de cada
comunidade [...], na perspectiva de
materializar, no cotidiano da escola, um currículo que assegure aos estudantes
um percurso formativo digno, diferenciado e contextualizado, considerando a
gestão pedagógica e práticas escolares, que muitas vezes necessitam ser
redirecionadas na perspectiva de construção metodológica que contemple a
concepção da educação, como a alternância, por exemplo, que reestrutura o tempo
e espaço escolar, sem prejuízo no tempo pedagógico legal”. (BAHIA, 2015, p. 10)
Por fim, progredir e inovar
estão, constantemente, no pensamento dos gestores da escola que almeja um PPP
que harmonize e proporcione autonomia a comunidade escolar para que possa
refletir, definir e construir coletivamente os pilares de sua trajetória histórico-social.
Mais importante do que isso, porém, seria um PPP que reorganizasse todos os
valores e questões curriculares afim de contribuir com a comunidade escolar.
SOBRE O CURRÍCULO...
As teorias de currículo
surgiram no início do século XX, segundo Silva (2010, p. 21). A existência de
teorias sobre o currículo está identificada com a emergência do campo do
currículo como um campo profissional, especializado, de estudos e pesquisa
sobre currículo. O currículo passou a ser estudado a partir do momento em que
uma grande parcela da população passava a ter acesso à educação escolarizada,
neste momento o Estado começou a definir o que iria ser ensinado para manter
assim, uma ideologia, uma identidade nacional e até mesmo o domínio de classes.
A partir do início dessa teorização do currículo surgiram várias teorias onde
as que mais se destaca é a Tradicional, Critica e a Pós-critica.
No ponto de vista tradicional
a mesma busca formar um trabalhador especializado, ensinando habilidades
básicas, como ler e escrever, para ele poder desenvolver as atividades práticas
necessárias as ocupações profissionais, de acordo com Bobbitt a escola deveria
funcionar como qualquer outra empresa comercial (apud, Silva, 2010, p. 23).
As teorias Críticas do
currículo efetuam uma completa inversão nas teorias tradicionais, que consiste
em teorias de aceitação, ajuste e adaptação, ou seja, as teorias críticas são
teorias da desconfiança, questionamentos e transformação radical. Para as
teorias Críticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer o
currículo, mais de desenvolver conceitos que nos permita compreender o que o
currículo faz (SILVA, 2010, p. 30).
Já as teorias Pós-criticas
ganharam mais evidencia a partir do surgimento do movimento chamado
multiculturalismo, onde surgiram vários movimentos ligados a gêneros, raça e
etnias onde logo tornou evidente que as relações de desigualdade e de poder na
educação, assim de acordo com Silva não podia ficar reduzidas a classe social
como é tratada na teoria crítica (2010, p. 99).
Considerando as teorias de
currículo apresentadas, compreendemos a função política do currículo e que não
é algo neutro. Procurando analisar o currículo de uma forma mais objetiva e prática,
percebemos que o debate é de suma importância para organização da ação
pedagógica da escola. Nessa perspectiva o currículo é construído
permanentemente no dia-a-dia da escola, com a participação, daqueles que atuam
diretamente no estabelecimento escolar, como educadores e educandos, mas também
pela comunidade escolar. Segundo Veiga o currículo é uma parte
importante da organização escolar e integra o projeto político-pedagógico de
cada escola. Por isso, ele deve ser pensado e refletido pelos sujeitos em
interação “que têm um mesmo objetivo e a opção por um referencial teórico que o
sustente”. (Apud MATOS, 2012).
Na
análise da Matriz curricular da Escola Municipal Marcilio Teixeira, observamos,
que além da Base Nacional Curricular Comum - BNCC a escola tem uma grade
diversificada de disciplina que busca instigar as habilidades dos alunos no
desenvolvimento de textos e na comunicação. Além destes componentes, segundo a
escola tem as disciplinas de Filosofia e Sociologia que buscam desenvolver uma
consciência crítica nos estudantes para que compreenda a realidade de onde
estão inseridos e tenham um questionamento crítico sobre a realidade política e
social. Nos Quadro 5 e 6 observa-se as disciplinas da BNCC e a parte
diversificada.
Quadro 6: Matriz curricular do
6º, 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental (anos finais) da Escola Municipal
Marcilio Teixeira, ano de 2016.
Base comum
|
6º Ano
|
7º Ano
|
8º Ano
|
9º Ano
|
PORTUGUÊS
|
PORTUGUÊS
|
PORTUGUÊS
|
PORTUGUÊS
|
MATEMÁTICA
|
MATEMÁTICA
|
MATEMÁTICA
|
MATEMÁTICA
|
HISTÓRIA
|
HISTÓRIA
|
HISTÓRIA
|
HISTÓRIA
|
GEOGRAFIA
|
GEOGRAFIA
|
GEOGRAFIA
|
GEOGRAFIA
|
CIÊNCIAS
|
CIÊNCIAS
|
CIÊNCIAS
|
CIÊNCIAS
|
ED. FÍSICA
|
ED. FÍSICA
|
ED. FÍSICA
|
ED. FÍSICA
|
ARTES
|
ARTES
|
ARTES
|
ARTES
|
INGLÊS
|
INGLÊS
|
INGLÊS
|
INGLÊS
|
P.D.*
|
LIN. COMUNICAÇÃO
|
LIN. COMUNICAÇÃO
|
LIN. COMUNICAÇÃO
|
LIN. COMUNICAÇÃO
|
Fonte:
Dados obtidos na secretaria da Escola Municipal Marcilio Teixeira, 2016.
*Parte diversificada
Quadro 7: Matriz curricular do 1º, 2º e 3º ano do
Ensino Médio Profissionalizante da Escola Municipal Marcilio Teixeira, ano de
2016.
Base comum
|
1º Ano
|
2º Ano
|
3º Ano
|
L. Port. L. Bras.
|
L. Port. L. Bras.
|
L. Port. L. Bras.
|
Matemática
|
Matemática
|
Matemática
|
Química
|
Química
|
Química
|
Física
|
Física
|
Física
|
História
|
História
|
História
|
Geografia
|
Geografia
|
Geografia
|
Biologia
|
Biologia
|
Biologia
|
Ed. Física
|
Ed. Física
|
Ed. Física
|
Artes
|
|
|
Inglês
|
Inglês
|
Inglês
|
Filosofia
|
Filosofia
|
Filosofia
|
Sociologia
|
Sociologia
|
Sociologia
|
P.
D.*
|
Redação
|
Redação
|
Redação
|
Fonte:
Dados obtidos na secretaria da Escola Municipal Marcilio Teixeira, 2016.
*Parte
diversificada
Fazendo uma
análise a partir da concepção de Educação do Campo a escola não adota livros
didáticos voltados a trabalhar a realidade dos alunos, contextualizando às
temáticas do campo. Questionado sobre o assunto o professor A
diz que:
“Geralmente
não temos oportunidades de escolha do livro, já que a secretária de educação,
embora disponibilize várias opções de coleções, no entanto acaba fechando
acordo com determinadas editoras, conforme critério que desconheço, e muitas
vezes adota livros que não aqueles que sugerimos. No momento os livros adotados
na escola não correspondem a este requisito” (2016).
Ainda segundo
o professor A, os conteúdos trabalhados em sala de aula não são contextualizados
à realidade do campo e dos seus sujeitos, de acordo com ele o livro didático é
a única opção na abordagem dos conteúdos, e o mesmo não corresponde com essa
contextualização.
Na perspectiva
de conteúdos relacionados a cultura local a escola trabalha de forma isolada,
de forma mais acentuada pelas disciplinas de Geografia, História, Ciência e
Língua Portuguesa, porém não há uma sistematização curricular ou proposta
pedagógica nesse sentido.
A escola
trabalha com alguns projetos, a maioria relacionados com a cultura popular, a
exemplo de festas juninas onde a escola tem o projeto “Arraiá do Marcílio”,
além de ser um evento festivo a escola trata de assuntos relacionadas à cultura
locais desmistificando os estereótipos sobre a cultura camponesa. A escola tem
parceria com o Instituto de Formação Cidadã São Francisco de Assis-ISFA, onde
faz apresentações culturais em eventos da escola com o grupo de Reisado e
Mulinha-de-Ouro, reforçando a importância da cultura local.
Além dos citados
projetos a escola atua através de vários programas: Programa Dinheiro Direto na
Escola-PDDE, Mais Educação, Ensino Médio inovador, Mais Cultura nas Escolas,
Atleta na Escola e Programa Institucional de Iniciação à Docência para
Diversidade-PIBID. O PDDE consiste na assistência financeira às escolas
públicas da educação básica. O objetivo desses recursos é a melhoria da
infraestrutura física e pedagógica, o reforço da autogestão escolar e a
elevação dos índices de desempenho da educação básica. Os recursos do programa
são transferidos de acordo com o número de alunos, de acordo com o censo
escolar do ano anterior ao do repasse. O Programa Mais Educação permite a ampliação
da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação
Integral. Os projetos de reestruturação curricular possibilitam o
desenvolvimento de atividades integradoras que articulam as dimensões do
trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia, contemplando as diversas
áreas do conhecimento a partir de 8 macro campos: Acompanhamento Pedagógico; Iniciação
Científica e Pesquisa; Cultura Corporal; Cultura e Artes; Comunicação e uso de
Mídias; Cultura Digital; Participação Estudantil e Leitura e Letramento. O
programa Atleta na Escola tem como objetivo incentivar a prática esportiva nas
escolas, democratizar o acesso ao esporte, desenvolver e difundir valores
olímpicos e paraolímpicos entre estudantes da educação básica, estimular a
formação do atleta escolar e identificar e orientar jovens talentos. O PIBID é
um programa desenvolvido em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior-CAPES e Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia-UFRB, tem o objetivo de promover a inserção dos estudantes no contexto
das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que
desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da
licenciatura e de um professor da escola.
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
As relações
Étnico-Raciais é uma temática muito importante e que também deve ser
contemplado no currículo. No ano de 2003 passa a vigorar a lei 10639, onde estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial
da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura
Afro-Brasileira”, no artigo 26-A, define que “nos estabelecimentos de ensino
fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino
sobre História e Cultura Afro-Brasileira” (BRASIL). Ainda nos incisos 1º e 2º
institui que:
§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo
incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no
Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política
pertinentes à História do Brasil.
§ 2º os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.
De acordo com
as diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
“a reeducação das relações entre negros e brancos, dependem, ainda de um
trabalho conjunto de articulação entre processos educativos escolares,
políticas públicas, movimentos sociais, visto que as mudanças éticas,
culturais, pedagógicas e política nas relações étnico-raciais não se limita a
escola” (p. 13).
Na escola
pesquisada de acordo com o professor A “a questão étnica-racial, diversidade de
gênero, pluralidade cultural, cidadania, sexualidade, [...], e temas
transversais são tratadas de formas isoladas por professores e suas respectivas
disciplinas, porém não há uma sistematização curricular ou proposta pedagógica
neste sentido”.
Portanto nota-se a urgência de um debate mais aprofundado sobre esta
temática dentro da escola, vale ressaltar a importância deste debate para a
desconstrução dos preconceitos raciais, enfim, este é tema que deve ser tratado
por toda comunidade escolar e não isoladamente por alguns professores.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
A avaliação é um instrumento
que deve ser amplamente discutido e aperfeiçoado no ambiente escolar, de forma
que contribua para formar o indivíduo, respeitando suas diferenças e
individualidades para que ele seja capaz de resolver os conflitos encontrados
no dia-a-dia. Segundo Luckesi (1996) a avaliação da aprendizagem é um ato
amoroso, no sentido de que a avaliação, por si só é um ato acolhedor, integrativo,
inclusivo. Silva também fala que é necessário entender que a avaliação enquanto
a possibilidade de vir a ser ou fazer um outro de si mesmo, a construção de
cada um do coletivo como diferentes, saudáveis, alegres e cidadãos (2010. p.
21-25).
Na concepção de Lukesi a
avalição é em um ato qualitativo, deve ser feita de forma diagnostica e
processual, assim acontece no decorrer de todo o processo ensino aprendizagem
dos discentes. Nessa dimensão ela exige um maior comprometimento por parte do
professor e maior envolvimento por parte do educando, consequentemente
contribui para a construção e maior compreensão do conhecimento proposto.
Lukesi (1997) considera:
“A avaliação da aprendizagem nesse contexto é um ato amoroso, na medida
em que incluem o educando no seu curso de aprendizagem, cada vez com qualidade
mais satisfatória, assim como na medida em que o inclui entre os bem-sucedidos,
devido ao fato de que esse sucesso foi construído ao longo do processo de
ensino-aprendizagem (o sucesso não vem de graça). A construção, para
efetivamente ser construção, necessita incluir, seja do ponto de vista
individual, integrando a aprendizagem e o desenvolvimento do educando, seja do
ponto de vista coletivo, integrando o educando num grupo de iguais, o todo da
sociedade (LUCKESI. 1997, p.175).
Para que os alunos possam alcançar os
objetivos desejados e para conhecer os resultados e os processos de
aprendizagem dos alunos e melhorar a qualidade do ensino, é preciso conhecer e
poder avaliar a partir da intervenção pedagógica dos professores, de modo que a
ação avaliadora observe simultaneamente os processos individuais e coletivos
dos estudantes.
Analisando os planos de curso da escola
percebe-se que a mesma não tem uma concepção de avaliação definida, portanto,
cada professor adota uma forma de avaliação que lhe seja mais peculiar ou
adequada à sua disciplina. Observando os planos de curso dos professores notamos
que os processos avaliativos mais comuns são: atividades em grupo, trabalho de
pesquisa, lista de exercícios, participação na sala de aula, participação
individual e coletiva nas atividades em sala de aula, auto avaliação, avaliação
processual e continua, teste e prova escrita individual. As avaliações ocorrem
bimestralmente, de acordo com as unidades previstas no calendário da Secretaria
de Educação do município.
O conjunto de avaliação
realizada permiti que cada aluno atinjam os objetivos previstos em determinado
disciplina. Afim de validar as habilidades alcançadas, conhecer a situação de
cada aluno e poder tomar as medidas educativas pertinentes. Isso requer, por um
lado, apurar os resultados obtidos isso implicara em analisar o processo e a
progressão que cada educando seguiu, com vistas continuar sua formação levando
em conta suas particularidades específicas.
Além desses processos de
avaliação interno, a escola é avaliada por outros organismos externos como o
IDEB e a Prova Brasil, que segundo Libâneo (2012) estes instrumentos “pautam-se
por critérios qualitativos, praticamente desconsiderando o modelo de avaliação
que leva em conta fatores sociais, culturais e econômicos”.
Considerando esses dados
para fazer uma análise da “evolução” do ensino na escola podemos observar que
no período de 2009 a 2013 a escola teve um progresso gradativo saindo de 1,7 a
2,0 e 2,3 respectivamente, vale lembrar que durante todo esse período a escola
esteve com a nota acima da meta prevista, já no ano de 2015 teve um recuo de
2,3 para 2,2, ficando abaixo da meta prevista pelo INEP.
Gráfico 2. Resultados e metas do IDEB 2013, 9º ano da
Escola Municipal Marcilio Teixeira.
Fonte:
adaptado do site do IDEB.
Propõe-se
que a educação dos alunos seja praticada de forma a proporcionar qualidade aos
resultados da aprendizagem, decisão que direcione o aprendizado e,
respectivamente o desenvolvimento do educando. Por fim, é importante que tanto
a prática educativa como a avaliação sejam direcionadas a partir de referenciais
teóricos, para que se tornem um instrumento significativo em prol do
desenvolvimento do discente.
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
A leitura e a produção de
texto são atividades importantes no processo ensino/aprendizagem, de
apropriação dos conteúdos trabalhados, além de formar habilidades ao longo da
vida dos discentes. Segundo Freire a leitura do mundo precede sempre a leitura
da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele, ou
seja, para ele a leitura da palavra e de mundo são interligadas e que esta é
fundamental na formação de cidadãos críticos, tornando-os capazes de
compreender a realidade do mundo que os cercam. Ainda segundo Freire (1989) a
leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma
certa forma de “escrevê-lo” ou de “reescreve-lo”, quer dizer, de transforma-lo através
de nossa prática consciente (p. 13)
Na escola EMMT além da
Língua Portuguesa é ofertado outros componentes curriculares específicos para a
leitura e produção de texto, nos anos finais do ensino fundamental tem o
componente denominado de Linguagem e comunicação, já no Ensino Médio tem o
componente Redação. Segundo o professor B na disciplina de Língua Portuguesa é
oferecida aos discentes em dias alternados com as atividades de leitura e
produção de texto.
Nas observações das aulas e
entrevistas com a professor B notou-se que a compreensão textual e a produção
de texto são trabalhadas através de atividades como leitura de textos literários
ou não literários contidos em livros, anúncios de jornais, revistas e crônicas.
Percebemos também que os conhecimentos de mundo dos alunos são considerados no
decorrer destas atividades em sala de aula, pois, os alunos são incentivados a
expor o que eles já sabem sobre os temas antes da exposição do tema na aula
e/ou textos. Ainda segundo o professor B dessa forma os alunos são
automaticamente impulsionados para dentro do texto a ser discutido/trabalhado,
expondo os seus conhecimentos prévios e de mundo.
Por fim diante do que foi observado
notamos que a prática da leitura e produção de texto amplia os horizontes do
educando permitindo ampliar a sua visão crítica de mundo.
CONCLUSÃO
A escola está
localizada na zona rural, a sua metodologia e didática é de escola urbana, isso
demonstra que ainda há um grande caminho a ser traçado em busca da emancipação
dos povos do campo. Consideramos que é
importante a EMMT realizar um trabalho pedagógico com ênfase na
contextualização com a realidade dos alunos, ou seja, tem que se adequar as
concepções e princípios da Educação do Campo.
A instituição tem
uma estrutura relativamente satisfatória, que possibilita o desenvolvimento das
práticas pedagógicas, entretanto, precisa de uma adaptação às necessidades de
deficientes, para promover assim uma maior integração e acessibilidade aos
estudantes com necessidades especiais. Em relação aos professores a escola tem um bom quadro
de profissionais, todos concursados e licenciados na sua maioria, porém, nota-se
a necessidade de uma formação especifica para atuarem na perspectiva da
Educação do Campo.
A falta do PPP é um dos problemas que a escola
enfrenta, visto que este é o documento que dá a identidade para escola, onde se
define a base epistemológica, o currículo, os métodos de avaliação em fim todos
os princípios que ela vai seguir.
A escola
participa de vários programas como o PDDE, Programa Mais Educação, Ensino Médio
inovador, Mais Cultura nas Escolas, Atleta na Escola e Programa Institucional
de Iniciação à Docência para Diversidade-PIBID. O PDDE permite que a escola tem
uma certa autonomia no gerenciamento dos recursos.
As formas de
avaliação são teoricamente muito boas, como ilustramos no eixo anterior, porém
são definidas por cada professor, avaliar é uma ferramenta que deve ser
amplamente discutida e aperfeiçoada no âmbito escolar, de forma que contribua
positivamente para a formação do discente.
Estes relatos nos fizeram
compreender, que toda e qualquer instituição escolar, promove e eternizar-se à
sua própria memória por várias gerações, que revelam as características
educacionais, culturais e sociais da escola e do entorno.
Abimael Santos Matos, José Francisco Souza de Azevedo e Silvino Macedo Lopes
REFERÊNCIAS
A, Professor. Entrevista I. [ago. 2016].
Entrevistadores: José Francisco Souza de Azevedo, Silvino Macedo Lopes. Manoel
Vitorino, 2016. 1 questionário com 13 perguntas. As respostas encontram-se
transcritas no apêndice 1 deste relato de experiência.
B, Professor. Entrevista II. [ago. 2016]. Entrevistadores:
José Francisco S. de Azevedo, Silvino M. Lopes. Manoel Vitorino, 2016.1 questionário
com 3 perguntas. As respostas encontram-se transcritas no apêndice 2 deste
relato de experiência.
BAHIA, Secretária de Educação do Estado da. ESCOLA QUE ENSINA, ESCOLA QUE APRENDE:
Articulando avaliação e aprendizagem no currículo. Jornada Pedagógica 2015.
Salvador- BA, 2015.
BRASIL, lei no 10.098, de 19 de
dezembro de 2000. Estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
Diário oficial da União, Brasília-DF,
19 dez. 2000. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm
> Acesso em: 29 de ago. 2016
BRASIL, 10,639, de 09 de janeiro
de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da
temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras
providências. Diário oficial da União, Brasília-DF, 09 de jan. 2003.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm
> Acesso em: 29 de ago. 2016.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três
artigos que se completam. São
Paulo. Cortez, 1989.
LIBÂNEO, José Carlos. Educação
popular: politicas, estruturas e organização. In: ______ Avaliação da educação básica. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2012. p.263-
270
LUKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos
e proposições. São Paulo: Cortez, 1995.
SILVA, Janssen Felipe da;
HOFFERMAN, Jussara; ESTENBAN, Maria Tereza. (Org.) Praticas Avaliativas e aprendizagens significativas em diferentes áreas
do currículo. Porto Alegre. Ed. Mediação, 2003.
SILVA, Tomás Tadeu. Nascem os “estudos sobre currículo”: as
teorias tradicionais. In: ______ Documentos de identidade: Uma introdução
as teorias de currículo.3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 21-25.