quinta-feira, 20 de setembro de 2018

HISTÓRIA DO SALGADO

Ultima publicação da série "A História Local e o Meu Lugar na História" traz a história da comunidade do Salgado. Pesquisa desenvolvida por estudantes do terceiro ano do ensino médio da Escola Municipal Marcílio Teixeira, moradores da comunidade.


Amanda Rosa Tomaz
Milady de Souza Garcia
Gabriel Moreira Batista
Ana Paula Rodrigues Bispo
Kévin Lopes Gomes

Salgado é um povoado do município de Manoel Vitorino, recentemente foi promovido a distrito. Está localizado a cerca de 25 quilômetros a sudeste da sede do município. No ano de 2014 o povoado contava com 128 famílias, totalizando 397 habitantes (ACS/Secretária Municipal de Saúde, 2014). Assim como os primeiros moradores da comunidade grande parte da população hoje vive da pecuária e agricultura. 

Imagem: Vista aérea da comunidade do salgado, Manoel Vitorino/BA.

Fonte: reprodução/Play Drone, 2016


Os primeiros moradores do local eram vaqueiros que vieram trabalhar nas terras do antigo coronel Pedro Afonso, por volta dos anos 1930. Onde hoje é o povoado era o limite entre a fazenda Fama do Cupido e a fazenda Mirante, terras compradas por dois desses vaqueiros, o senhor Gervino Correia e o Senhor Marcílio Teixeira que também tinha um pequeno comércio que vendia mantimentos para os peões naquela época. A feira e a escola começaram quando Marcilio Teixeira juntamente com o pai de seu Fraldiz doou uma terra, então a partir daí fizeram primeiro a feira do salgado e logo depois a escola que mais tarde ficou conhecida como Escola Municipal Marcilio Teixeira.
No ano de 1982 o Sr. Marcilio Teixeira que tinha certa influência chamou o prefeito e o convenceu a construir a escola e a feira no povoado onde os agricultores e mascates da época passaram a vender suas mercadorias com a criação da feira o local passou a ser requisitado e o número de moradores aumentou posteriormente o povoado passou a ser um núcleo comercial e educacional entre as comunidades vizinhas.

Imagem: Mapa da comunidade do Salgado, Manoel Vitorino, Bahia.
Fonte: arquivo do estágio, 2018.

O meio de sobrevivência era do pó de palha do coqueiro do Ouricuri, cascas de plantações para remédios, mel de abelhas e farinha de mandioca. O Salgado começou a ter suas primeiras casas onde hoje tem o campo de futebol. O nome da comunidade tem origem relacionado a outra comunidade vizinha conhecida como Salgado Grande, o nome Salgado também está relacionado às águas salobra que correm nos riachos da região. As suas casas no início do povoado eram humildes e eram feitas de taipa e cobertas com palhas de coqueiros.
Ao longo dos anos o povoado foi conquistando várias melhorias, no ano de 2000 a comunidade conseguiu o calçamento para algumas ruas, em 2015 foi construído um novo posto de saúde e em 2016 foi construída a quadra de esportes da comunidade. Os avanços não pararam, muitas famílias foram beneficiadas com as cisternas para captar a água da chuva. Os eventos culturais sofreram mudanças também, ainda não está bom, mas aos poucos tudo vai melhorando. Hoje nós temos energia elétrica, as famílias têm eletrodomésticas e internet.
Um ponto histórico do local é o “pavilhão” construído em 1998, local onde é realizada a feira, que acontece há mais de 30 anos todos os domingos. Outro ponto histórico é o caldeirão feito há quase 30 anos.
As atividades culturais mais marcantes da comunidade são: a festa do padroeiro da comunidade, São Sebastião que começou a mais ou menos 25 anos, a festa começa na igreja com a novena, quermesse repleta de comidas típicas e muita diversão. O último dia de festa termina com uma cavalgada e durante a noite uma festa com show ao vivo. Tem também a tradicional festa de São João, a festa de Santo Reis e outras ligadas as religiões de matrizes africana como candomblé e os carurus.
Houve alguns acontecimentos marcantes na comunidade, como nos anos 90 uma enchente carregou a senhora Ernestina e a filha que morreram tragicamente quando atravessavam um riacho. No mesmo ano aconteceu um eclipse, o dia ficou escuro, nunca tinha visto um fenômeno dessa magnitude na região.
A Escola Municipal Marcilio Teixeira foi construída em 2008, recebeu esse nome em homenagem ao Senhor Marcilio Teixeira, homem influente no início da comunidade, e a praça onde está localizada a feira recebeu o nome de Gervino Correia, principal doador das terras, assim os dois primeiros moradores foram homenageados. O primeiro vereador do povoado foi Erpide Teixeira. O caldeirão foi construído há mais de 25 anos pelo vereador Aurino José Ferreira, e foi muito útil para os moradores, principalmente quando não tinha as cisternas.


As histórias fazem parte das atividades de pesquisas feita pelos estudantes do terceiro ano do ensino médio, turma 2018, promovido por estudantes da Licenciatura em Educação do Campo através do  estágio intitulado de “A História Local e o Meu Lugar na História”, que teve por intencionalidade unir os conhecimentos elaborados na educação formal e não formal através das pesquisas sobre a história local, da comunidade de cada estudante, buscando estimular a curiosidade, abordando de forma interdisciplinar temas como formação territorial, cartografia e história local.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

HISTÓRIA DO INCHÚ

Décima publicação da série "A História Local e o Meu Lugar na História" traz a história da comunidade do Inchú. Pesquisa desenvolvida por estudantes do terceiro do ensino médio da Escola Marcílio Teixeira, moradores da respectiva comunidade.


Anderson Almeida
Lucinete Maria dos Santos
Jaqueline de Jesus Gouveia
Rogaciano Xavier Porto Neto


A comunidade do Inchú foi fundada a mais de 150 anos atrás. Os primeiros cincos moradores que começaram a viver neste lugar eram viajantes. O nome Inchú tem origem por conta da comunidade está localizada em uma região com muitos maribondos. As primeiras casas eram feitas de taipa e cobertas de palhas de coqueiro. O meio de sobrevivência era o pó de palha e mel de abelha e planta de milho, feijão de corda e criação de pequenos animais. O tempo foi passando outras famílias como começaram a chegar como: Avelino José dias, Jovelino Frederico, Dilau, Manoel Beleza, Joaquim Torquato foram chegando e construindo as suas casas no lugarejo. Conta Dona Almerinda com 92 anos que a vida de antigamente era muito difícil a luz era de candeeiro de cera de mamona ou de cera de abelha, a água que bebiam era de cacimba tinha que ficar esperando minar para água encher suas vazilhas.
Imagem: Mapa da comunidade do Inchú, Manoel Vitorino, Bahia.
Imagem: arquivo do estágio

Segundo Otacílio José Dias com 78 anos, no ano de 1978 houve uma seca muito grande perderam toda a lavoura as criações morreram de fome e sede, foi um ano muito difícil. Os pais passavam necessidade para conseguir alimento para os filhos. Os pais saiam a procura de trabalho e trocavam o trabalho por feijão e farinha.
Senhor Everaldo Cascais que no ano 1960 houve uma enchente muito forte no qual encheram todos os rios, foram levadas cercas foi muito medo por parte dos moradores, as casas eram muito simples e começaram a ceder às paredes, os alimentos começaram a faltar e não tinha como comprar porque não passava nos rios. Foi feito pontes de pau e amarravam cordas para conseguir atravessar. Numa entrevista com Dona Angelina de Carvalho com 77 anos de idade que seu esposo saia para trabalhar e não tinha notícias por que o meio de comunicação era só através de cartas.
Com o passar dos anos a comunidade foi mudando no ano de 1998 foi beneficiada com a chegada da energia elétrica junto com ela foi chegando os televisores e outros elétricos eletrônicos. Outra conquista importante foi à construção do colégio. Antigamente as crianças e jovens estudavam em uma casa dos familiares, só dava pra aprender o básico. Na sequencias a construção da igreja.
Os avanços não pararam por aí, no ano de 2003 fomos beneficiados com obras que foram realizadas para o desenvolvimento e sustentabilidade da comunidade foram construídas cisternas para captar água da chuva. A construção do sistema de abastecimento de água encanado do poço artesiano.
Os avanços tecnológicos chegaram até aos meios rurais e a população do Inchú foi contemplada com a internet. Onde o meio de comunicação tornou-se mais fácil.
Os festejos culturais no passado eram bailes ao som de sanfonas que eram realizadas nas residências em casamentos e outras datas festivas também tinham as tradições da folia de reis que eram realizadas sempre no início do ano. Os eventos culturais sofreram algumas mudanças. Hoje as festas são realizadas nas praças ao som de bandas tocando ao vivo. São realizadas festas juninas com quadrilhas formadas por jovens.  Acontece também o forró da família que é realizado todo do mês de junho na praça, cavalgada, festa de São Joao Batista. Aos finais de semana jovens e adultos se reúnem no campo de futebol para jogar.


As histórias fazem parte das atividades de pesquisas feita pelos estudantes do terceiro ano do ensino médio, turma 2018, promovido por estudantes da Licenciatura em Educação do Campo através do  estágio intitulado de “A História Local e o Meu Lugar na História”, que teve por intencionalidade unir os conhecimentos elaborados na educação formal e não formal através das pesquisas sobre a história local, da comunidade de cada estudante, buscando estimular a curiosidade, abordando de forma interdisciplinar temas como formação territorial, cartografia e história local.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

A HISTÓRIA DA COMUNIDADE BOQUEIRÃO

Nona publicação da série "A História Local e o Meu Lugar na História" traz a história da comunidade do Boqueirão. Pesquisa desenvolvida por Maria Edna Santo e Jucilane Santos, estudantes do terceiro ano do ensino médio da Escola Marcílio Teixeira e moradoras da comunidade.


Maria Edna Matos dos Santos
 Jucilane Porto dos Santos


A comunidade do boqueirão foi fundada por uma antiga moradora conhecida por “Maria Senhora”, foi ela a primeira pessoa a povoar a comunidade. A origem do nome boqueirão está relacionada a um vale entre duas montanhas, um local esculpido ao logo do tempo pela natureza. Daí que surgiu o nome “Boqueirão de Senhora”. Os primeiros moradores da comunidade foram Maria Senhora, João Cascais e seus filhos Timóteo e Manoel Cascais além de Maria Rita Sampaio e Anacleto Venâncio.
Imagem 1: Mapa da comunidade do Boqueirão, Manoel Vitorino, Bahia.
Fonte: arquivo do estágio, 2018

Após certo tempo Maria Senhora vendeu as terras para um homem do município de Boa Nova, mas no ano de 1926 as terras foram recuperadas por João Cascais, a partir daí a população foi aumentando. Até hoje a comunidade é formada por pessoas que pertence à mesma família.

Imagem 2: Mapa de Boqueirão de Dentro, Manoel Vitorino, Bahia.
Fonte: arquivo do estágio, 2018.

Alguns acontecimentos marcaram a história da comunidade, no ano de 1968 houve uma grande enchente provocada por uma represa que arrebentou e acabou alagando grande parte da comunidade. No final da década de 1940 aconteceu um eclipse solar que durou uma hora de completa escuridão.
A principal cultura que havia na comunidade era os “ternos de reis”, que era comandado por Silerino cascais. Hoje há apenas a festa da padroeira, que acontece todos os anos na igreja Santa Luzia e as cavalgadas.
Uma das principais conquistas da comunidade até hoje foi a energia elétrica, no ano de 1997. uma conquista também muito importante foi a construção da escola Timóteo Cascais, que foi construída no ano de 1976. A origem do seu nome é devido a Timóteo Cascais ter sido o primeiro professor da escola.  Nesse colégio além das aulas aconteciam missas, pois não tinha igreja, só no de 2008 foi construída a igreja Santa Luzia. Outra conquista para a comunidade foi a construção de estradas, fato que aconteceu no ano de 1976, realizadas pelo então prefeito Renato Vilar. Além disso a construção das cisternas para aproveitamento da água da chuva, que beneficiou todos os moradores.


As histórias fazem parte das atividades de pesquisas feita pelos estudantes do terceiro ano do ensino médio, turma 2018, promovido por estudantes da Licenciatura em Educação do Campo através do  estágio intitulado de “A História Local e o Meu Lugar na História”, que teve por intencionalidade unir os conhecimentos elaborados na educação formal e não formal através das pesquisas sobre a história local, da comunidade de cada estudante, buscando estimular a curiosidade, abordando de forma interdisciplinar temas como formação territorial, cartografia e história local.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

A HISTÓRICA COMUNIDADE DO RECREIO


Oitava publicação da série "A História Local e o Meu Lugar na História" traz a história do Recreio. O texto mostra a grande história da comunidade que foi um ponto de parada para tropeiros durante o século XIX até meados do século XX.


Lívia Rodrigues Sampaio
Stefani Rocha Lira
Gabriela Cardoso de Lira A.
Simão Matias Souza

Situada a cerca de trinta quilômetros da sede do município de Manoel Vitorino a comunidade do Recreio traz consigo uma grande história. Assim como a referida cidade, a comunidade do Recreio teve origem a partir dos tropeiros, fato que também influenciou a origem do nome que inicialmente era Recreio dos Viajantes, por conta do local ser um pouso, ponto de parada e descanso dos tropeiros. Os primeiros moradores do Recreio foram o senhor Aprígio e sua esposa Angélica, estes vieram de um lugar conhecido como “Lagoinha”, depois veio outras famílias e a segunda mais velha é a dos irmãos José Estevo e Manoel Estevo. Vale ressaltar que inicialmente a comunidade não tinha muitos moradores fixos, pois grande parte deles eram comerciantes e não ficavam muito tempo no lugar. 

Foto: Igreja Nossa Senhora Aparecida, localizada na parte alta da comunidade do Recreio.
Imagem: Silvino Lopes

O tropeirismo teve grande importância no processo de ocupação e comércio, principalmente do gado de corte, em todo o Sertão da Ressaca até os anos 50 quando perdeu importância após a implantação das rodovias. Nesse contexto, a comunidade do Recreio foi fortemente influenciada por esses fatores, quando teve seu apogeu nesse período. Há cerca de 90 anos atrás existia na comunidade uma delegacia, cuidada por inspetor e um escrivão, padaria e armazéns onde comerciantes que vinham de longe vendiam tecidos, feijão, farinha, rapadura e toucinho, etc. mas com o declínio desse tipo de transporte os comerciantes foram embora e levaram seus comércios.
Dona Maria, relata que os moradores mais antigos diziam que era muitos tropeiros. Os viajantes vinham de outros lugares, saiam com suas mercadorias em burros, carros de boi viajavam para longe, ficavam dias e meses para conseguir vende-las. Naquele tempo o Recreio era um lugar tranquilo com muito mato e poucas casas, era uma ali outra lá mais distante.

Imagem 1: Cartografia da comunidade do Recreio, Manoel Vitorino Bahia.
Fonte: arquivo do estágio/Simão Santos, 2018.

A primeira igreja da comunidade foi construída a cerca de 120 anos pelo senhor José Epifânio e sua esposa Maria Antônia, juntos com outros moradores da comunidade, tem como padroeiro São João Batista. Nesse tempo era muito raro ter missa, as vezes levava anos para ter uma missa, pois era difícil para o padre se deslocar da cidade de Boa Nova para vir celebrar missa, tinha que ser a cavalo. para fazer um casamento tinha que deslocar a cavalo para comunicar-se com o padre par ele poder vir celebrar.
As poucas casas que tinham eram muito simples feitas de barro enchimento como diziam e cobertas de palha, daí foi aumentando com o passar dos anos. Com o passar dos anos foram surgindo mais casas e aumentando o número de moradores. Não tinha energia elétrica era candeeiro ou lampiões, as panelas e pratos eram de barro, tinha que buscar água na cabeça em potes de barro, as camas de vara e colchões de palha de bananeira. Nas épocas de seca tinha que ir esperar água minar, fazia fila uns vinham a noite e amanhecia o dia esperando na fila para que todos enchesse suas vasilhas. Naqueles tempos também não tinha energia elétrica, as pessoas usavam candeeiro e velas para iluminar suas casas.
TRADIÇÕES
Antigamente na comunidade as festas eram com tocadores de sanfona, violão, pandeiro e tambor ou caixa como diziam as pessoas dançavam até o amanhecer, principalmente em festas juninas, as mulheres se arrumavam todas com seus vestidos rodados e longos, os homens com seus ternos, as festas eram em casas de amigos. Existiam também as festas de Santo Reis, que eram comandadas por Florisvaldo e José Brito, os festejos iniciavam no dia primeiro de janeiro e terminava no dia seis de janeiro.
Namoro de antigamente
De acordo com algumas pessoas mais velhas o namoro de antigamente era um de lá e outro de cá, só se olhava de longe. Em alguns casos eram alguns pais que escolhia o noivo para os seus filhos e tinha que se casar com aquele ou aquela que seus pais escolheram. Tinham que respeitar a vontade de seus pais, querendo ou não eram obrigados a se casar. Quando o noivo queria ver sua noiva tinha que ir até a casa com a presença de seu pai, não tinha beijo, nem abraço ficava ali conversando com seu pai e ficavam se olhando só de longe, um de lá e outro de cá, nem beijo nem abraço, quando saia que beijava na mão da noiva ou namorada. E quando se casava dava um beijo na testa da noiva. Podemos observar que a comunidade, assim como todo o município de Manoel Vitorino tem fortes raízes de uma cultura patriarcal, onde os pais e chefes de família tinha e até hoje tem um certo poder de subjugar principalmente as mulheres aos seus interesses.

Imagem 2: Cartografia social da comunidade do Recreio, Manoel Vitorino, Bahia. Turma 3º ano vespertino.
Fonte: arquivo do estágio/Lívia Sampaio, Stefani Lira e Gabriela Lira, 2018.
A comunidade também tem suas tradições, tal como a construção anual do pavilhão para as festas juninas, a festa da cavalgada, a festa de nossa senhora aparecida, a festa de reis e o jogo bola de pau. Mas há algumas tradições que se enfraqueceu com o tempo e que não são mais praticadas, tais como, a marcha de 07 de setembro, a tradição do bumba meu boi, pau de sebo, e a feira, que era a mais antiga da região além das quermesses juninas.
A ESCOLA
Antigamente não existia escola, as professoras davam aulas em casas cedidas pelos moradores. Poucas crianças iam as aulas nesse tempo, pois grande parte dos pais não deixavam estudar porque eles tinham que ir as roças ajuda-los no trabalho. As primeiras professoras se chamavam Madalena e Elisabeth e o professor Manoel Obídio. para estudar naquele tempo não tinha idade certa era quem queria aprender, era crianças pequenas outras já maiorzinhas outras os pais não deixavam, tinha que ir trabalhar na roça.
Ao passar dos anos construiu uma pequena escola, por volta do ano 1964, esta não tinha carteiras, os estudantes sentavam em bancos de madeira ou até mesmo no chão, pois não dava para todos sentar. A escola recebeu o nome de Jorge Vaz, por que esse homem era um representante do Recreio, ele sempre estava envolvido em tudo que acontecia, desde as novenas nos festejos em comemoração ao padroeiro até as festas juninas.
MAIORES ACONTECIMENTOS
O maior acontecimento da comunidade foi a enchente de 1914 que matou muitos animais e matou três crianças, além de destruir uma das obras mais antigas da comunidade, um açude construído por seu Aprígio utilizando madeira e terra no local conhecido como Lagoa Grande. Algumas pessoas mais velhas disseram que já teve uma ocasião de cair neve por dois dias. No ano de 1998 teve uma geada que matou muitos animais.
MUDANÇAS
Com o passar dos anos a comunidade passou por algumas transformações. No ano 2000 com o surgimento da energia elétrica mudaram bastante coisas, as festas mais iluminadas, som, a escola também cresceu. Hoje tem mercados, poço artesiano, água encanada, três igrejas duas novas e uma antiga, todas as crianças estão na escola desde os quatro anos de idade, todos os meses tem missa que antes não tinha. O padre vem de carro, não de cavalo como antes, quase todos tem carros ou moto para se deslocar a outros lugares, casas mais modernas, todos tem televisão, rádio e várias outras tecnologias como telefone, internet etc. também tem um pequeno campo de futebol.
Enfim, nesse recorte histórico que objetivou-se trazer aqui podemos observar que a comunidade atravessou vários períodos históricos, e nesse processo ocorreram grandes transformações políticas, sociais e econômicas que mudaram drasticamente o modo de vida e a cultura do lugar. Nesse processo, esperamos aqui poder ter contribuído na manutenção de parte da memória histórica da comunidade do Recreio.

As histórias fazem parte das atividades de pesquisas feita pelos estudantes do terceiro ano do ensino médio, turma 2018, promovido por estudantes da Licenciatura em Educação do Campo através do  estágio intitulado de “A História Local e o Meu Lugar na História”, que teve por intencionalidade unir os conhecimentos elaborados na educação formal e não formal através das pesquisas sobre a história local, da comunidade de cada estudante, buscando estimular a curiosidade, abordando de forma interdisciplinar temas como formação territorial, cartografia e história local.